quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Mês da Visibilidade Lésbica


Olá meninas, neste mês tão importante para nós lésbicas, eu não podia deixar de escrever algumas palavras. Depois de receber muitas notificações de eventos e até manifestações, também tive acesso a história da luta de lésbicas datadas do ano de 1983.
E tenho o prazer de relatar aqui o ocorrido para quem ainda não sabe e mesmo para aquelas que sabem, como um manifesto da Sapa da ILLHA homenageando as nossas heroínas da época.

“Sempre tem um dia que cansamos de ser maltratados”, o ser humano é assim, pode aceitar muitas coisas por um longo período de tempo, mas um dia ira se libertar de qualquer sofrimento que tenha agüentado até então. Na década de 80 as lésbicas aqui no Brasil, eram tratadas como doentes e até mesmo como criminosas, as mulheres lésbicas eram levadas pela policia para a cadeia e só saiam de lá pagando propinas, policias andavam a noite nos bares em busca de “manifestações de lesbianismo”, na época essa ocorrência era denominada de “Operação Sapatão”. Essa expressão inicialmente parece engraçada, mas imaginem o inferno que era para as mulheres na época e as agressões que sofriam.

Sendo assim, em 19/08/1983 lésbicas da cidade de São Paulo, chegaram no seu limite uniram-se e invadiram o bar da época de nome Ferro´s Bar, manifestaram-se para que terminasse ali a proibição de vender seus boletins naquele bar, onde elas mesmas sustentavam, pois era um dos primeiros reduto de lésbicas na cidade de São Paulo. Foi ai que o dia 19 de Agosto se tornou um marco na história das lésbicas do Brasil.

Tudo começou quando as lésbicas de uma organização de nome GALF (Grupo Ação Lésbica Feminista), barradas pelo porteiro do bar, decidiram distribuir folhetos na porta do bar, onde constavam as agressões sofridas por lésbicas naquela época e a proibição da venda do boletim, foi então que começaram gritos de apoio as lésbicas, que com a ajuda de um amigo, passaram pelo porteiro e conseguiram entrar no bar. Iniciou ali uma grande manifestação onde as pessoas começaram a reivindicar a presença do dono do bar, enquanto o dono não vinha, o boletim voltava a ser vendido, as mulheres mostravam naquele momento que entendiam a manifestação e apoiavam a luta. Ao fim disso tudo, o dono do bar declara com a presença de jornalistas e da vereadora Irene Cardoso, que o boletim poderia ser vendido pelas lésbicas no seu estabelecimento.

E nós hoje comemoramos e lembramos com orgulho dessas mulheres maravilhosas que foram nossas heroínas neste momento tão importante da nossa história.

A ILLHA apóia e vive em função de melhorar a vida de cada uma de nós lésbicas, buscando trazer cultura e lazer e o que mais for necessário para que conquistemos cada vez mais, nosso lugar nessa sociedade ainda tão homofóbica.

Nenhum comentário:

Postar um comentário