sábado, 23 de janeiro de 2010

BBB 10

"Ninguém entende bem este fenômeno, mas que é uma realidade é: todo mundo
adora saber da vida alheia!

Talvez esta seja a singela explicação para o sucesso do BBB - Big Brother
Brasil, reality show agora na sua décima edição.

Os participantes, em sua grande maioria, são jovens cheios de sonho, de
diversas origens e distintas condições sociais e culturais. Eles não se
conhecem, mas têm algo em comum, todos querem ganhar o cobiçado prêmio. Para
isso não podem ter nenhuma dificuldade em se expor, pois, ao aceitarem o
desfio de serem vigiados 24 horas por dia, abrem mão da própria privacidade.

Na casa, ninguém tem compromisso com nada e ninguém, e não precisa ter
preocupação sequer com a própria subsistência. Naquela verdadeira ilha da
fantasia, tudo é permitido, intrigas, brigas e romances, em um contexto de
muita festa e licenciosidade.

A cada edição algumas mudanças ocorrem ainda que o espírito de
competitividade permaneça sendo a tônica. A preocupação de cada um para lá
permanecer é cair nas boas graças do povo, único critério seletivo para ter
a chance de sair vitorioso. Os espectadores acabam desempenhando o papel de
deuses, pois têm a possibilidade de expulsar qualquer morador daquele
paraíso.

Na edição que acaba de iniciar, de forma absolutamente surpreendente foram
selecionados três integrantes da população LGBT: uma lésbica, um gay e um
travesti que atua como *drag queem*, formando o grupo chamado "os
coloridos".

Depois da vitória do Jean, na 5ª edição do BBB, um personagem discreto que
só revelou sua orientação sexual quase no final do programa, a mudança é
radical. Ao menos nesta bolha que retrata um mundo ideal, o preconceito não
existe. De ninguém é excluído o direito de viver em um mundo que procura
retratar as pessoas como elas são.

Como a televisão está presente na grande maioria dos lares, é
significativo que todos vejam que há a possibilidade de um convívio
respeitando as diferenças. Todas as pessoas são iguais, pois todas elas, sem
exceção, só querem ter a chance de ser feliz.

Certamente deste compromisso tomou consciência a produção do BBB ao permitir
que os brasileiros apreendam a ser tolerantes e a conviver com o outro sem
discriminar, agredir ou matar pelo só fato de o outro ser diferente.

Diante de uma sociedade ainda tão homofóbica, em que a diversidade sexual
não é respeitada e a homoafetividade ainda não obteve reconhecimento legal,
a experiência só pode ser promissora. Afinal, "big brother" significa
"grande irmão" e a fraternidade precisa mesmo ser cultivada."

Por Maria Berenice

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Cinquentinha

Meninas,
Na nova mini série da Globo quem esta animando as cenas é a atriz Angela Vieira, fantástica atuando como lésbica, muito feminina e doidinha...quem ainda não teve a oportunidade de ver, eu recomendo é muito divertido.

Ontem mesmo, morri de rir quando vi a cena de Angela Vieira, saindo do armário da casa da personagem de Marília Gabriela literalmente nua (inclusive linda), que ao ouvir da personagem de Marília Gabriela "Sai já desse armário" responde "eu já sai do armário há muito tempo, meu bem!".

Acredito que essas cenas de tv, mesmo que cômicas, ainda tem uma sensualidade natural, ajudam e muito a nos salvar do preconceito das pessoas.

bjs a todas

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Que tal uma B.A. para animar?

Oi meninas, estive ausente por um bom tempo, pois estamos reformulando toda a aillha e em breve teremos muitas novidades no site e aqui tb no blog da Sapa, sendo assim espero que me perdoem pela demora em escrever para vcs.

Bem, o assunto que me trouxe hoje aqui é uma questão puramente sexual...rss..é isso ae meninas, a modernidade esta ai e temos que aproveitar a melhor parte dela.

Esse post vai para vc que esta sem namorada, mas precisa de um sexo sem compromisso de vez em quando.
A B.A é a melhor e mais rápida solução para o seu caso, alguns chamam de amizade colorida, mas no nosso caso o que se encaixa melhor é realmente uma B.A ou seja uma “Buceta Amiga”, afinal a idéia é resolver um problema sexual.

A grande sacada da B.A o nome já diz, AMIGA, ou seja vcs não tem compromisso algum uma com a outra o que simplifica muito as coisas quando vc simplesmente quer sair com outras meninas, ou mesmo ficar sozinha num domingo chuvoso pensando na vida.

Mas, cuidado afinal lésbicas tem mania de se apaixonar, então aviso antes de ir em busca de sua primeira B.A pare e pense bem a respeito, vc tem que ter certeza do que quer neste momento e saber que é apenas uma amiga, ok?

No mais curta e faça curtir...rss.

Bjs

Sapa

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

PROMOÇÃO VIPS PARA A BUBU!




AILLHA.com esta sorteando 5 pares de VIPS para a BUBU SÓ PARA ELAS da próxima quinta-feira dia 24/09/2009. Para participar, basta responder a pergunta e preencher corretamente com seus dados o formulário no site da aillha.

ACESSE: WWW.AILLHA.COM

Participe! São 5 chances de ganhar um par de vips!

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Widget da Sapa!

Meninas,





Criamos um WIDGET da sapa para você. Quem quiser, basta copiar e colar o código abaixo no seu site ou blog:




Qualquer dúvida sobre a inserção do widget entre em contato com a gente: aillha@aillha.com.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Entrevista

Entrevista da reporter da Veja, Juliana Linhares, com a psicóloga Rozângela Alves Justino.

O ápice da entrevista se dá com essa inteligente observação da repórter:

”Pela sua lógica, seria razoável dizer que, se a senhora quisesse virar
homossexual, poderia fazê-lo".


Confiram a entrevista na íntegra:

Aceitar as diferenças e entender as variações da sexualidade são traços
comuns das sociedades contemporâneas civilizadas. A psicóloga Rozângela
Alves Justino
, 50, faz exatamente o contrário. Formada em 1981 pelo Centro
Universitário Celso Lisboa, do Rio de Janeiro, com especialização em
psicologia clínica e escolar, ela considera a homossexualidade um transtorno
para o qual oferece terapia de cura. Na semana passada, foi censurada
publicamente pelo Conselho Federal de Psicologia (formado, segundo ela, por
muitos homossexuais "deliberando em causa própria") e impedida de aceitar
pacientes em busca do "tratamento" . Solteira, dedicada à profissão e fiel da
Igreja Batista, Rozângela diz que ouviu um chamado divino num disco de Chico Buarque e compara a militância homossexual ao nazismo. Só se deixa fotografar disfarçada, por se sentir ameaçada, e faz uma defesa veemente de suas opiniões.


Veja: A senhora acha que os homossexuais sofrem de algum distúrbio psicológico?
Psicóloga: O Conselho Federal de Psicologia não quer que eu fale sobre isso. Estou amordaçada, não posso me pronunciar. O que posso dizer é que eu acho o mesmo que a Organização Mundial de Saúde. Ela fala que existe a orientação sexual egodistônica, que é aquela em que a preferência sexual da pessoa não está em
sintonia com o eu dela. Essa pessoa queria que fosse diferente, e a OMS diz
que ela pode procurar tratamento para alterar sua preferência. A OMS diz que
a homossexualidade pode ser um transtorno, e eu acredito nisso.


Veja: O que é não estar em sintonia com o seu eu, no caso dos homossexuais?
Psicóloga: É não estar satisfeito, sentir-se sofrido com o estado homossexual. Normalmente, as pessoas que me procuram para alterar a orientação sexual
homossexual são aquelas que estão insatisfeitas. Muitas, depois de uma
relação homossexual, sentem-se mal consigo mesmas. Elas podem até sentir
alguma forma de prazer no ato sexual, mas depois ficam incomodadas. Aí vão
procurar tratamento. Além disso, transtornos sexuais nunca vêm de forma
isolada. Muitas pessoas que têm sofrimento sexual também têm um transtorno
obsessivo-compulsivo ou um transtorno de preferência sexual, como o
sadomasoquismo, em que sentem prazer com uma dor que o outro provoca nelas e
que elas provocam no outro. A própria pedofilia, o exibicionismo, o
voyeurismo podem vir atrelados ao homossexualismo. E têm tratamento. Quando
utilizamos as técnicas para minimizar esses problemas, a questão homossexual
fica mínima, acaba regredindo.


Veja: Há estudos que mostram que ser gay não é escolha, é uma questão
constitutiva da sexualidade. A senhora acha mesmo possível mudar essa
condição?

Psicóloga: Cada um faz a mudança que deseja na sua vida. Não sou eu a responsável pela mudança. Conheço pessoas que deixaram as práticas homossexuais. E isso lhes trouxe conforto. Conheço gente que também perdeu a atração homossexual. Essa atração foi se minimizando ao longo dos anos. Essas pessoas deixaram de sentir o desejo por intermédio da psicoterapia e por outros meios também. A motivação é o principal fator para mudar o que quiser na vida.


Veja: A senhora é heterossexual?
Psicóloga: Sou.


Veja: Pela sua lógica, seria razoável dizer que, se a senhora quisesse virar
homossexual, poderia fazê-lo.

Psicóloga: Eu não tenho essa vivência. O que eu observei
ao longo destes vinte anos de trabalho foram pessoas que estavam motivadas a
deixar a homossexualidade e deixaram. Eu conheço gente que mudou a
orientação sem nem precisar de psicólogo. Elas procuraram grupos de ajuda e
amigos e conseguiram deixar o comportamento indesejado. Mas, sem dúvida,
quem conta com um profissional da área de psicologia tem um conforto maior.
Eu sempre digo que é um mimo você ter um psicólogo para ajudá-lo a fazer
essa revisão de vida. As pessoas se sentem muito aliviadas.


Veja: Esse alívio não seria maior se a senhora as ajudasse a aceitar sua condição sexual?
Psicóloga: Esse discurso está por aí, mas não faz parte do grupo de pessoas que eu atendo. Normalmente, elas vêm com um pedido de mudança de vida.


Veja: Se um homem entrar no seu consultório e disser que sabe que é gay, sente desejo por outros homens, só precisa de ajuda para assumir perante a família
e os amigos, a senhora vai ajudá-lo?

Psicóloga: Ele não vai me procurar. Eu escolho os
pacientes que vou atender de acordo com minhas possibilidades. Então, um
caso como esse, eu encaminharia a outros colegas.


Veja: Não é cruel achar que os gays têm alguma coisa errada?
Psicóloga: O que eu acho cruel é ser uma profissional que quer ajudar e ser amordaçada, não poder acolher as pessoas que vêm com uma queixa e com um desejo de mudança. Isso é crueldade. Eu estou me sentindo discriminada. Há diversos abaixo-assinados de muitas pessoas que acham que eu preciso continuar a atender quem voluntariamente deseja deixar a atração pelo mesmo sexo.


Veja: Por que a senhora acha que o Conselho Federal de Psicologia está errado e a senhora está certa?
Psicóloga: Há no conselho muitos homossexuais, e eles estão
deliberando em causa própria. O conselho não é do agrado de todos os profissionais. Amanhã ele muda. Eu mesma posso me candidatar e ser presidente do Conselho de Psicologia. Além disso, esse conselho fez aliança com um movimento politicamente organizado que busca a heterodestruiçã o e a desconstrução social através do movimento feminista e do movimento pró-homossexualista, formados por pessoas que trabalham contra as normas e os valores sociais.


Veja: Gays existem desde que o mundo é mundo. Aparecem em todas as civilizações. Isso não indica que é um comportamento inerente a uma parcela da humanidade e não deve ser objeto de preconceito?
Psicóloga: Olha, eu também estou sendo discriminada. Estou sofrendo preconceito. Será que não precisaria haver mais aceitação da minha pessoa? Há discriminação contra todos. Em 2002, fiz uma pesquisa para verificar as violências que as pessoas costumam sofrer, e o segundo maior número de respostas foi para discriminação e preconceito. As pessoas são discriminadas porque têm cabelo pixaim, porque são negras, porque são gordas. Você nunca foi discriminada?


Veja: Não como os gays são.
Psicóloga: Não? Nunca ninguém a chamou de nariguda? De dentuça?
De magrela? O que quero dizer é que as pessoas que estão homossexuais sofrem
discriminação como todas as outras. Eu tenho trabalhado pelos que estão
homossexuais. Estar homossexual é um estado. As pessoas são mulheres, são
homens, e algumas estão homossexuais.


Veja: Isso não é discriminação contra os que são homossexuais e gostam de ser
assim?

Psicóloga: Isso é o que você está dizendo, não é o que a ciência diz. Não há tratados científicos que digam que eles existem. Eu não rotulo as pessoas, não chamo ninguém de neurótico, de esquizofrênico. Digo que estão esquizofrênicos, que estão depressivos. A homossexualidade é algo que pode passar. Há um livro do autor Claudemiro Soares que mostra que muitas pessoas famosas acreditam que é possível mudar a sexualidade. Entre eles Marta Suplicy, Luiz Mott e até Michel Foucault, todos historicamente ligados à militância gay.


Veja: Quantas pessoas a senhora já ajudou a mudar de orientação sexual?
Psicóloga: Nunca me preocupei com isso. Psicólogo não está preocupado com números. Eu vou fazer isso a partir de agora. Vou procurar a academia novamente. Vou fazer mestrado e doutorado. Até hoje, eu só me preocupei em acolher pessoas.


Veja: O que a senhora faria se tivesse um filho gay?
Psicóloga: Eu não teria um filho homossexual. Eu teria um filho. Eu iria escutá-lo e tentaria entender o que aconteceu com ele. Os pais devem orientar os filhos segundo seus conceitos. É um direito dos pais. Olha, eu quero dizer que geralmente as pessoas que vivenciam a homossexualidade gostam muito de mim. E também quero dizer que não sou só eu que defendo essa tese. Apenas estou sendo protagonista neste momento da história.


Veja: A senhora se considera uma visionária?
Psicóloga: Não. Eu sou uma pessoa comum, talvez a mais simplesinha. Não tenho nenhum desejo de ficar famosa. Nunca almejei ir para a mídia, ser artista, ser fotografada.


Veja: A senhora já declarou que a maior parte dos homossexuais é assim porque foi abusada na infância. Em que a senhora se baseou?
Psicóloga: É fato que a maioria dos meus pacientes que vivenciam a homossexualidade foi abusada, sim. Enquanto nós conversamos aqui, milhares de crianças são abusadas sexualmente. Os estudos mostram que os abusos, especialmente entre os meninos, são muito comuns. Aquelas brincadeiras entre meninos também podem ser consideradas abusos. O que vemos é que o sadomasoquismo começa aí, porque o menino acaba se acostumando àquelas dores. O homossexualismo também.


Veja: A senhora é evangélica. Sua religião não entra em atrito com sua profissão?
Psicóloga: Não. Sou evangélica desde 1983. Nos anos 70, aconteceu algo muito estranho na minha vida. Eu comprei um disco do Chico Buarque. De um lado estavam as músicas normais dele. Do outro, em vez de tocar*Carolina* , vinha um chamamento. Eram todas canções evangélicas. Falavam da criação de Deus e do chamamento da ovelha perdida. Fui tentar trocar o LP e, na loja, vi que todos os discos estavam certinhos, menos o meu. Fiquei pensando se Deus estava falando comigo.


Veja: O espírito cristão não requer que os discriminados sejam tratados com maior compreensão ainda?
Psicóloga: Se eu não amasse as pessoas que estão homossexuais, jamais trabalharia com elas. Até mesmo os ativistas do movimento pró-homossexualismo reconhecem o meu amor por eles. Sempre os tratei muito bem. Sempre os cumprimentei. Na verdade, eles me admiram.


Veja: Por que a senhora se disfarça para ser fotografada?
Psicóloga: Um dos motivos é que eu não quero entrar no meu prédio e ter o porteiro e os vizinhos achando que eu tenho algum problema ligado à sexualidade. Além disso, quero ser discreta para proteger a privacidade dos meus pacientes. Por fim, há ativistas que têm muita raiva de mim. Eu recebo vários xingamentos; eles me chamam de velha, feia, demente, idiota. Trabalho num clima de medo, clandestinamente, porque sou muito ameaçada. Aliás, estou fazendo esta entrevista e nem sei se você não está a serviço dos ativistas pró-homossexualimo. Eu estou correndo risco.


Veja: Que poder exatamente a senhora atribui a esses ativistas
pró-homossexualismo?

Psicóloga: O ativismo pró-homossexualismo está diretamente ligado
ao nazismo. Escrevi um artigo em que mostro que os dois movimentos têm coisas em comum. Todos os movimentos de desconstrução social estudaram o nazismo profundamente, porque compartilham um ideal de domínio político e econômico mundial. As políticas públicas pró-homossexualismo querem, por exemplo, criar uma nova raça e eliminar pessoas. Por que hoje um ovo de tartaruga vale mais do que um embrião humano? Por que se fala tanto em leis para assassinar crianças dentro do ventre da mãe? Porque existe uma política de controle de população que tem por objetivo eliminar uma parte significativa da nação brasileira. Quanto mais práticas de liberação sexual, mais doenças sexualmente transmissíveis e mais gente morrendo. Essas políticas públicas todas acabam contribuindo para o extermínio da população.
Essas pessoas que estão homossexuais estão ligadas a todo um poder nazista
de controle mundial.


Veja: Não há certo exagero em comparar a militância homossexual ao nazismo?
Psicóloga: Bom, se você acha que isso pode me prejudicar, então tire da entrevista. Mas é a realidade.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Mês da Visibilidade Lésbica


Olá meninas, neste mês tão importante para nós lésbicas, eu não podia deixar de escrever algumas palavras. Depois de receber muitas notificações de eventos e até manifestações, também tive acesso a história da luta de lésbicas datadas do ano de 1983.
E tenho o prazer de relatar aqui o ocorrido para quem ainda não sabe e mesmo para aquelas que sabem, como um manifesto da Sapa da ILLHA homenageando as nossas heroínas da época.

“Sempre tem um dia que cansamos de ser maltratados”, o ser humano é assim, pode aceitar muitas coisas por um longo período de tempo, mas um dia ira se libertar de qualquer sofrimento que tenha agüentado até então. Na década de 80 as lésbicas aqui no Brasil, eram tratadas como doentes e até mesmo como criminosas, as mulheres lésbicas eram levadas pela policia para a cadeia e só saiam de lá pagando propinas, policias andavam a noite nos bares em busca de “manifestações de lesbianismo”, na época essa ocorrência era denominada de “Operação Sapatão”. Essa expressão inicialmente parece engraçada, mas imaginem o inferno que era para as mulheres na época e as agressões que sofriam.

Sendo assim, em 19/08/1983 lésbicas da cidade de São Paulo, chegaram no seu limite uniram-se e invadiram o bar da época de nome Ferro´s Bar, manifestaram-se para que terminasse ali a proibição de vender seus boletins naquele bar, onde elas mesmas sustentavam, pois era um dos primeiros reduto de lésbicas na cidade de São Paulo. Foi ai que o dia 19 de Agosto se tornou um marco na história das lésbicas do Brasil.

Tudo começou quando as lésbicas de uma organização de nome GALF (Grupo Ação Lésbica Feminista), barradas pelo porteiro do bar, decidiram distribuir folhetos na porta do bar, onde constavam as agressões sofridas por lésbicas naquela época e a proibição da venda do boletim, foi então que começaram gritos de apoio as lésbicas, que com a ajuda de um amigo, passaram pelo porteiro e conseguiram entrar no bar. Iniciou ali uma grande manifestação onde as pessoas começaram a reivindicar a presença do dono do bar, enquanto o dono não vinha, o boletim voltava a ser vendido, as mulheres mostravam naquele momento que entendiam a manifestação e apoiavam a luta. Ao fim disso tudo, o dono do bar declara com a presença de jornalistas e da vereadora Irene Cardoso, que o boletim poderia ser vendido pelas lésbicas no seu estabelecimento.

E nós hoje comemoramos e lembramos com orgulho dessas mulheres maravilhosas que foram nossas heroínas neste momento tão importante da nossa história.

A ILLHA apóia e vive em função de melhorar a vida de cada uma de nós lésbicas, buscando trazer cultura e lazer e o que mais for necessário para que conquistemos cada vez mais, nosso lugar nessa sociedade ainda tão homofóbica.